sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Fichas Vermelhas

Após sair daquele bar de esquina sem pagar a conta, vaguei pelas ruas fétidas e escuras acompanhado da minha embriaguez, e de alguns trocados que estavam no bolso da minha calça surrada, procurava por... algo, qualquer coisa, até mesmo o nada.
Olhando para as constelações de Cão Maior e do caçador Órion, refleti por alguns segundos que; só poderia ter algo (ou nada) caso eu apostasse minhas "fichas" na "roleta", afinal só ganha aquele que tenta. Não se pode vencer sem apostar, sem arriscar, no entanto vos digo que o mais estranho de jogar é quando se ganha muitas vezes seguidas, e aquela sensação que queima de dentro pra fora, exalta o espírito fazendo o sangue ferver, de tal forma que te faz crer que por alguns segundos você é invencível, não é a mesma sensação que tenho quando acordo todos os dias com a cabeça latejando de ressaca, mas durante o dia isso muda e sinto uma certa nostalgia daquela sensação, pois penso que tudo é questão de apostar, de arriscar, e que empolgação tenho quando penso nessa sensação.
Já ganhei muito na "roleta", assim como também perdi muito, mas nunca deixei que a raiva tomasse conta das minhas expressões, ou até mesmo a decepção tocasse meu amago. Aviso-lhes que tal habilidade não foi algo que eu nasci tendo, mas sim algo que eu aprendi com a experiência de jogar esses tais jogos de azar, ou como prefiro dizer o "jogo da vida".
Trapacear? Sorte? pra mim tudo isso é permitido, nada é contra as regras, pois a única regra é vencer, ou jogar, dependendo de quem você é, ou com quem você joga contra, por exemplo; o dono do bar, sai daquele lugar horrendo, que possuia uma cerveja que certamente veio direto do inferno (não que tenha alguma importância afinal não gastei um tostão, mas como diria alguem que conheci que já não me recordo o nome: que Satã o pague!), se ele foi desatento demais, ou se distraiu e não percebeu que um cliente saiu sem pagar, acredito que não foi por coincidência, porque estou tanto tempo jogando que eu seria um completo babaca se eu não aprendesse alguns truques.
Os ventos trouxeram de longe os cacarejos do galo gaulês, é um aviso para aqueles que não medem o tempo com ponteiros de que brevemente o sol irá nascer, e eu irei continuar minha procura por algo, talvez eu pare em algum bar para "girar a roleta", apostar minhas fichas no vermelho e ver também se estou acompanhado da sorte, além de minha embriaguez.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mantra Nº 1

Hare Krishna
Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama
Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Marionete

eu nunca fui o que eu era,
talvez fosse o que não era;
o que eu não queria ser,
por isso fui sem querer você.

e até hoje no palco mal iluminado
eu não consigo fugir do personagem
do teu personagem que me assombra
que não me solta.

sou você e não sou eu,
não sou ninguem,
nem você, nem eu.

não sou ninguem,
sou o que mandam ser,
somente a marionete.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Fragmentos de uma noite

Pensei em escrever um poema porem
Cortei as asas de meus pensamentos e
Fiquei a ouvir o delicado silêncio no ar
(Simplesmente, parei de pensar).