sábado, 30 de setembro de 2017

69

gemini
versus
io none

floricultura la fiore

as crianças são mais flores que crianças
brincam de brotar no jardim
amanhecem orvalhadas de risadas e letras perdidas

terça-feira, 26 de setembro de 2017

MF DOOM - CURLS

desprezo faz do dinheiro verde cacho
só querem desfilar na neve com esquilo nesse desvairado mundaréu
mana leite e mel no liquidificador
imprudentes despudores em filamentos perolados
cumprimentando o larápio lapidário
revoltado em formatura legal mas sem legado
no fone famigerado real dono da moeda
não me burle enquanto carregamos a mula
cinco mil e uns quebrado não (mas) muito estarrado na rua
ahn? tentando hoje algo pra encher o bucho
então ele completa 4 de sentença e mal prensado manda rima pra pobreza
deixa mocado no cafofo
rimando mosca perdendo a boca sem poder ir na esquina
sua vida considerada folclore na imprensa
passa a bola puxa e prensa
melhor do que um rififi com aposentado bêbado
um careta com promessa na visão celeste era o sete
já é precoce em quase tudo
usando a etiqueta tomando espumante no frasco
perguntando a senhoria se matar aula ele passa
a sua garota está só em casa tentando alcançar
se deseja o deleitério é melhor pegar copo descartável
como eu poderia saber por onde passou essa boca
sabendo fumar uma montanha marroquina até a cinza
propina vaza daqui com essa porcaria
sabendo que é bom A ULTIMA DOSE soma um no dossiê

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

terrena mão

quero sozinhos
fechada em mãos o parque
bonsais agora

crânio rosa

roxo solar
céu purulento
gengiva leito

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

balada daquela coisa

(uma versão)

Eu mergulhei de costas naquele chapéu azul
e abolido com meu único amigo a neblina
no almoço minha fome se intensificou
eu congelei perto do zero ao lado da fogueira
carcomidas telhas com polegadas de onde estive
o gorjeio da fonte sanitária encontrou minha lábios estava ébrio
a fauna do acostamento perdeu sua essência estonteante
o verão se desfraldava quando eu petrifiquei um suspiro
eu mirabolei a estrelinha e sua benfeitoria
por esquentar meu enxuto e velho passei-o
estive por deriva, todos os oceanos o mesmo
abençoei minha saliva até o agreste

entre cubos de gelo eu peguei o bafo da luta
vestido simples um folha de figo
não sei nada mais brilhante que a noite
e nada mais sombrio que o ofuscante dia
fui uma carpideira em tavernas que perdi a botelha
e ri com lápides no cemitério
o que rejeitei se tornou realmente meu
arruinei tudo que é quisto por mim
eu sinto o outono até o osso
senti no meu congela, cabelo esfiapado
e questionei assoviando all alone
eu que abençoei minha saliva até o agreste

o triumfante céu velado em minha tenda
meu escalpo se tornou faísca e sombra d'água
então, eu acudi adeus!
e futuro, me estabilizou por um quarto
descansei em rios por horas delongas
eu contemplei o suor do mineiro
mas apitei até a majestosa torres de catedrais
e escondido a vestuaria do bispo com desdem
meu corpo sentiu que beijo eram doces
e o pélago era arduo, e o que foi?
eu dormi em seda ou na sujeira da rua
eu que abençoei minha saliva até o agreste

é verdade que tenho raízes, sem esposa ou vinho suave
e minha botinas de vento me crepitam
mas terei dinheiro mais tardar possível
um dia irá suceder a tudo
quando eu fizer orgias longas o suficiente
eu vou deixar esse real mansão novamente
os vermes vão se enfileirar pela minhas coisas em putrefagia
em algum lugar afundado, no plano do outono
um arbusto espinhudo vai crescer pela minha cabela
e os signos vão consertar contra meu gosto todo aquele afã
e eu devo descansar qual era o nome daquele poeta morto
um poeta, abençoado perdigoto por tudo um pouco

(Budapest, 1934)

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

salamandra II

a bed full
of clothes
and dreams

mastigo
penas

porta
adentro
encerra

a casa
a rua

mas aquilo
nem toco