quinta-feira, 21 de setembro de 2017

balada daquela coisa

(uma versão)

Eu mergulhei de costas naquele chapéu azul
e abolido com meu único amigo a neblina
no almoço minha fome se intensificou
eu congelei perto do zero ao lado da fogueira
carcomidas telhas com polegadas de onde estive
o gorjeio da fonte sanitária encontrou minha lábios estava ébrio
a fauna do acostamento perdeu sua essência estonteante
o verão se desfraldava quando eu petrifiquei um suspiro
eu mirabolei a estrelinha e sua benfeitoria
por esquentar meu enxuto e velho passei-o
estive por deriva, todos os oceanos o mesmo
abençoei minha saliva até o agreste

entre cubos de gelo eu peguei o bafo da luta
vestido simples um folha de figo
não sei nada mais brilhante que a noite
e nada mais sombrio que o ofuscante dia
fui uma carpideira em tavernas que perdi a botelha
e ri com lápides no cemitério
o que rejeitei se tornou realmente meu
arruinei tudo que é quisto por mim
eu sinto o outono até o osso
senti no meu congela, cabelo esfiapado
e questionei assoviando all alone
eu que abençoei minha saliva até o agreste

o triumfante céu velado em minha tenda
meu escalpo se tornou faísca e sombra d'água
então, eu acudi adeus!
e futuro, me estabilizou por um quarto
descansei em rios por horas delongas
eu contemplei o suor do mineiro
mas apitei até a majestosa torres de catedrais
e escondido a vestuaria do bispo com desdem
meu corpo sentiu que beijo eram doces
e o pélago era arduo, e o que foi?
eu dormi em seda ou na sujeira da rua
eu que abençoei minha saliva até o agreste

é verdade que tenho raízes, sem esposa ou vinho suave
e minha botinas de vento me crepitam
mas terei dinheiro mais tardar possível
um dia irá suceder a tudo
quando eu fizer orgias longas o suficiente
eu vou deixar esse real mansão novamente
os vermes vão se enfileirar pela minhas coisas em putrefagia
em algum lugar afundado, no plano do outono
um arbusto espinhudo vai crescer pela minha cabela
e os signos vão consertar contra meu gosto todo aquele afã
e eu devo descansar qual era o nome daquele poeta morto
um poeta, abençoado perdigoto por tudo um pouco

(Budapest, 1934)

Nenhum comentário:

Postar um comentário