terça-feira, 14 de setembro de 2010

Soneto LXXXVIII de William Shakespeare

Quando me tratas mau e, desprezado,
Sinto que o meu valor vês com desdém,
Lutando contra mim, fico a teu lado
E, inda perjuro, provo que és um bem.
Conhecendo melhor meus próprios erros,
A te apoiar te ponho a par da história
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
Então, ao me perder, tens toda a glória.
Mas lucro também tiro desse ofício:
Curvando sobre ti amor tamanho,
Mal que me faço me traz benefício,
Pois o que ganhas duas vezes ganho.
Assim é o meu amor e a ti o reporto:
Por ti todas as culpas eu suporto.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sonho dentro de sonho

sem saber como e por que, você entende que essa sensação é para sempre.

Dou em minha querida
Um beijo de despedida,
Porem deixe-me te contar
Que não errastes ao julgar
Que meus dias tem sido um sonho
Mesmo se a esperança que disponho
Se for numa noite, num dia
Numa visão, no nada, na agonia
Por esta razão é pior
Do que aquilo que vemos ou vivemos
Não passar de um sonho dentro de um sonho?

Estou no meio do gritar
De uma agitada costa do mar
E nas minhas mãos seguro
Grãos dourados de areia
Que escorregam para o obscuro
Do oceano, até as minhas veias
Ó Deus! eu não posso os salvar
Da impiedosa onda do mar?
Será que tudo que vemos ou vivemos
É apenas um sonho dentro de um sonho?




Adaptação do Poema A Dream Within A Dream de Edgar Allan Poe.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cabelos Dourados

venha até a janela cabelos d'ouro
quero te ouvir cantar, sem agouro

fechei os livros, jamais os lerei
veja como o fogo dança e queima
as obras que no chão abandonei

venha até a janela, cabelos d'ouro
estou aqui para te ouvir cantar,
cante e cante mais, meu tesouro,
cante aquela canção de ninar.


Homenagem a música Golden Hair de Syd Barret.