segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Agonia

É aberta a jaula, lá é posto um homem qualquer, que rapidamente se joga contra as grades. O pobre humano se enculara tentando ficar o mais longe possivel, tentando fugir. O medo toma conta.
Observa-se o pavor em seus olhos, as pupilas dilatam, a adrenalina exala de seus poros, é sentido o cheiro funebre de medo. Ele reza para um Deus em que nunca acreditou, pensando que assim ficaria livre de seu inevitável e cruel destino. Enquanto a Quimera ainda dorme.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Versos Intimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Good Times, Hard Times

Eu tenho tudo que quero, mas ainda sinto que falta de alguma coisa, logo não tenho tudo que quero. Comprei coisas que eu queria, e descobri que na verdade nada que eu tinha comprado era o que eu queria. Descobri que as coisas que eu possuia na verdade estavam me possuindo, joguei tudo fora, a superficialidade, a futilidade. Sobrou minha alma, ossos, entranhas e carne. Mas eu ainda sentia falta de algo, e ainda sinto... talvez uma memória que não existe mais, daquele tempo que não vai voltar, mas ainda há algo vivo aqui (ó uma esperança!), a lembraça de uma gargalhada que ressoa ao vento, uma docê e eterna gargalhada de prazer com um tom de ironia, claro.

Nenhuma memória pode ser totalmente esquecida!

Aos meus bons amigos, as minhas boas lembranças!


-taverneira, bastarda de Satã, não vês que tenho sede, e as garrafas estão secas?