quinta-feira, 23 de março de 2017

lilás que contrasta
com poças do jardim
distinto espetáculo

ajisai ya / yabu o ko niwa no / betsu zashiki
(1694 ~ verão)

Testemunho

GANGUES DE BICICLETAS POSSUÍDAS pelo demônio empunhando rifles
correm pela sorte de romper com império negro sistema hegemônico
por terreno devastado carregam corpos segurando suas almas de amoníaco
famélicos pela abstenção do prazer júbilo punitiva moral perversa
bandeira rota fuga esperançosa contra a corporação bélica intravenosa
unidos pelo real progresso quase absoluto de nossas vãs vidas
seguros de expurgaram o mal pela raiz por todas as suas vias
na transvalorização da moral tão malignos por apenas terem uma crença
a de que a vida subalterna não será perdoada pelo CANCRO
para reinarem pela primeira hora sem sombra ad æternum meio-dia 
repousa a larva revoluta frágil desculpas fáceis em face
grande branco incólume colosso nada carregado abismo
mariposa escondida no mármore a brevidade chamas
incendeia apologia ao caos conservado éter analgésicos assassinos
do consagrado vivem agora COROA-ESPINHO-FARDO
pés que se desmancham perto de Gólgota pentagramas formam a ultima noite
obumbrando o deleite cromado de sua tranquila tez permanecem imóveis ao oceano
de sangue sacrifício contingente dos agentes do ódio esquecimento eterno
guardado em mapas criptografados em canhestra cifra resta somente o carneiro
sua sangria jorra como muco sem cheiro diz-se ungindo os caçadores de espécimes
com suas roupas de couro cinza rinocerontes escritórios multinacionais
ALERTA a extinção de oxigênio submerso luz cegos apneia
DANO CEREBRAL com parcelas de inanição irradia oitenta oito porcento do país
potencia em aguardada gestação rompe as bexigas sobem as vísceras hemorragia
ou somente na esperança dos utopistas ideológicos terroristas em potência
como hidrogênio tornando-se hélio a furta-cor de beijos de despedidas
a bandeira da sobra anarquia na carne no corpo cruel o aquário ínfimo e infinito
repousam voyeur nunca descansa os voyants o terceiro olho onipotente
embriaguez vertigem meliantes arruaceiros o marginal corrupto
com sua dança macabra armada até os dentes de você-sabe-o-que
sagração do efeito dominó ocorre a cada banco explodido
de tempos em tempos volta a acontecer onde estão as bacantes
onde estão os sacrifícios carneiros ciclo siclo ouro e sangue evoé 
guardam seus charmes milenares por entre barras de cocaina
a nova invenção das palavras como verdade fato e factory
é um veneno tenebroso dado ao mais seboso quadrupede em pé
que investigadores espirituais tenham tribunal para tantos créus
vendido nosso tempo tempo livre para tempo nas propagandas gratuitamente
agora nossos sonhos pertencem a grande corporações cropolico cultural
monosódio de glumato precisamos de india intergalatica para perder olho que nos resta
uma enciclopedia com busto lusiadas e camalhaços de bits sentimentos tenazes
que serviam para ser reciclados nem exilados excluídos da memória
borboleta
folha seca
travesseiro

naraka

fuzilem Garcia Lorca
e estarão parindo-o neste momento
karma's a bitch!

segunda-feira, 6 de março de 2017

magritte

pillow river
chidori
guarda-chuva

quadro do momento em que desperto do sono

C  A  I  R
Z  Z  A  Z
Z  I  Z  Z
O  Z  Z  z
A
BAB
OBABO
BOBABOB
RBOBABOBR
IRBOBABOBRI
NIRBOBABOBRIN
HNIRBOBABOBRINH
AHNIRBOBABOBRINHA

dente-de-leão

sopro!
leva a juba branca
até a vialáctea

4 3x4

a câmara registra
o efêmero dos olhos
e um sorriso raro

desenho de luz
eterno teu rosto
terno e sincero

I dont explain it
nada do que fui
somente lástima

olho mágico
observa por um furo
passado e futuro