quarta-feira, 6 de abril de 2016

sonhos em sonho (edgar allan poe)

já se desmancha o beijo sobre teus
olhos abrem até logo como tchau

dissidente com seu certo juízo
de que está morto em meu corpo
a esperança ou mesmo um sopro
dos dias divididos ou pouca porcaria!

minha vista diminuta nega ao regrar
(seria possível ser una nossa visão)
ao privar nossos sonhos em sonhos

curta fronteira entre a guerra e tormenta
que oceano em sua caótica frequência 
pode-me fazer segurar:
                                     punhado ínfimo
riquezas que mesmo querendo escapam

são míseros comparado ao que dorme no mar
entrededos desliza até o fundo da orelha-resposta
liquidando toda a certeza, perder, perder
até restar a oscilação d'uma plácida abstração

 visto e vendo ainda: antes de acordar