terça-feira, 5 de junho de 2018

Ele

babaca bacana
buscando azul nariz do russo general
cagou ensimesmado nos outros
citando quistos recursos de linguagem autores mil e 1
toneladas das tuas ideias por sobre aqueles eles
porta bandeira dos cânticos hipócritas
charme do berço douto
caro amigo dentes caninos de leite
você é a lança da nossa geração nos curvamos
sorriso
holofotes teus
erguendo braços à tua icônica face símile
realiza utopia mas não encontrando iguais
oprima imagem d'aqueles
cale com gentileza de verdugos olhares
queima tudo o que cravaste nas tábuas
insetinho que a descarga não puxa
resgatar afogados
labor tranquilo
único passo:
ser mata leão respiração governo
boca a boca costelas fraturadas
remedíavel
tua esquadra dos mais ser-vis enganos
nova polegadas ideológicas do teu discurso
quando estender os dedos de sua mão só restarão hipócritas
enlameado ainda vais abrir a gruta e terás louros a colher em vão
sem cova ou e um epitáfio epifânico ao pescoço guardado num punhal
moeda cunhada em sangue escondendo teu sangue
PÂNICO
PURO ÊXTASE
PÂNICO
aqueles que se importam tu escondeu
manual cientifico de como chorar ao cinismo
no ultimo dia perante ao produto externo bruto das entranhas
soberbo em aliterações sóbrio alienado
solo lamentável
acendam a luz aos três dias sórdidos do pródigo
que ele não vai parar de falar da sua ascensão
uma barata tentando carregar a outra pela boca
cagou ensimesmado nos outros

é preciso
alguém precisa fazer
o errado
aqui

haicais

fio por fio o vento
alinha teus cabelos dedos
indomável labareda

beija então a garganta
da garrafa pop. breja
a hora em que mija

contrai as garras
e arranca meu peito
retirando a pele

queima meu papel
deixa inscrito na noite
cinza pássaro torto

o ácido dissolve
a língua justaposta
contorce virando
outro caleidoscópio

torneira aberta água
com a palma da mão divisa
lava da cútis mágoa

agora o espelho em que afundo
meditabundo me traz invertida imagem
massa sem forma selvagem


ilha

dedos nos lábios
silencio
encontrar

a concha
pô-la na orelha
até a primária ilha

na imagem
a calma
que reside
em ti