quarta-feira, 7 de junho de 2017

The Jimi Hendrix Experience Sweden, 1969 First Show

ele é extensão do seu machado elétrico
que o imã e o vento carrega e propulsa
abre com as cordas sua tensão distorcida
sua exasperada emoção nem maior nem menor
no mesmo ritmo de seus antepassados invocado
ele tem serenidade de encontrar-se em si para si
já esteve só mas não é desses casos fala mas de outra maneira
que as palavras não conseguem atingir com brutalidade
o machado abre flores borboletas e pirilampos
numa casa no final do vale por onde caminha suas notas
numa casa vermelha onde vive minha garota ele diz
ele está ao vivo não se tem sinal de platéia
monstro roxo que ele seduz por todo esgarçado sentido
creio que depois dessa apresentação
nomearam uma doença com o nome do lugar
é uma brincadeira boba que penso sempre
o ritmo cardíaco constrói o mapa cartesiano
quando a membrana vibra estoura ao minimo contato
por onde baila e bali os números constantes da sua sintaxe
é segredo mas há algo mais grave cromático exato
é uma constante sobe desce faísca
a potência da sua voz na concha acústica
duas mãos que em conjunto negam uma vaia
formando novo ouvido que precisa ser cultivado
um silêncio encantador de se deixar ser 68
eu estive talhando noventa e nove dias e meio
uma chave que não abre mais a porta
um segundo alguma coisa está estranha aqui
é duvida e dadiva de um presságio ruim
de que ela não mora mais aqui
preste atenção garoto não há nada que precise
saber se não estiver no tempo certo da safra
não há o que nada que preste ter se não cuidar
pelos métodos da calma o antidoto das horas
as vezes sentar e pensar as vezes só sentar
algo que estraçalha um sentimento de que não erra
quando coloca a mão empunha sua vontade
que estão unidos ao pulso e não há nenhum curso
desviado ao se cruzar o rio só não vive mais lá
não com o mesmo nome nem com a mesma forma
é por isso que quero interrompeu o garoto
o velho bluesman já embriagado de sua monotonia
queria ser um bluesman e saber o que esses homens azuis tem
nesse piano bar nesse sit down spoken word comedy show
alma diamante palavra bruta open the gates and sing
essas coisas difíces de pegar no ar
brilho inesperado
da estrela materna
couro de cervo

aki ki nu to / tsuma kou hoshi ya / shika no kawa

verão ~ 1678

dando bandeira sem óculos

descobri como controlar as nuvens
com o simples observar
do mesmo que se apaixonar de novo
não pensando em nada mais
estar atento sem nada ater
quando as nuvens se encontram
imaginar um beijo
a Terra se misturando ao Céu
a face de Deus movimentando as plácidas águas
o primeiro pingo levando todos os disfarces
borrando assim a máscara
eu entendo as nuvens agora
depois já não sei de mais nada

aglutinado

tapo a boca com tua virilha
queimada em acetato e éter
me babo de blues e pink
me disfarço com lençoís
o santo olhar de cão perdido
você é toda voz açucar na tigela
eu rastro de jazz e melodia
como um urso entre marfim
de teclas e hexágonos de mel
germino entre salivas e larvas
em tua bolsa de objetos afiados

segunda-feira, 5 de junho de 2017

folhas de taiá feito
orvalho e lama 
orelhas de elefantes

retrato de costas (contra luz)

no frio surgiu
despindo
flor de arrepio
face do doce fragmento único
invisível primogênito louvor
ainda perigosa flor de papoula

doce expressão
filho prodigioso
perigoso óbvio

doce pitadinha
imaculada inspiração
flor sonífera

ama no kao/mazu mi raruru ya/keshi no hana