quinta-feira, 26 de junho de 2014

escada

 desço   te acho
 que          e não
   desço  subo
   
                 


sábado, 21 de junho de 2014

Bad News


As Novas 
Notícias


Não estão belas as flores como no ano prévio
Tardou hoje e logo veio ontem
Você não saiu correndo
nem foi se empalar no hidrante (apesar do calor)

O vento latiu tímido 
Nenhum sinal de siri ou monstro
Os telefones tocaram e ninguém atendeu
(claro, cobrava-se esta ligação)

tainhas andam de bicicleta monark
o fantasma de bento fuma maconha
o jornal tem letreiros cor de sangue
ouve-se o volume alto da televisão

ninguém pode ser feliz aqui
(ou com órgãos no corpo)

O Enforcado

dependurei me pelo pé à forca
além do tédio alimento frutífero e ferida desinteressante
espectador ambulante de glóbulos cego
muleta herança morta
nada
nem parede
nem planos dimensões
conformismo desesperado
afrente
pulsa-para
vermelho cor que odeio usar de novo
insensibilidade fúria cínica
agulha afiada irônia
novamente
inerte
leve esmagadora espera
1 momento
.................
,,,,,,,,,,,,,,,,,
era o carteiro
estava chateado
notei ele falava
está tudo aqui:
boca imunda beijos e adeus para sempre meu cartão sem fotos e novos recados na caixa postal
viu vai ser engraçado
entregar galinhas e esmagar ovos em tuas metafísicas
império de aniversário desatino de boas novas
(não nasci para o paraíso, o pecado original salvará)
solidão insaciável construída
destinada virgindade
vermifunga ideologia dourada
basta-me (muletas) para andar e rastejo tão bem até mesmo pendurado
a expressão afirma muito bem nada mudou (além da forma)
nasceu pra ser tudo o que mais odiou
fracasso de explicar o que
morder a própria língua nas grades do cárcere
estar nu transparente e querer torcer a ultima gota
inocência morta como plantas em quadros peixes e aquários com filtros
teu cachorro morre e tu não tem coragem nem de buscar-lhe os ossos
tuas sobras tu não tem a dignidade de pagar e nem ninguém de te forçar a isto
provocar provocar provocar provocar
esperar o resultado da pesquisa
pinceladas em pavio e pólvora
cores fogo fluído
é um erro (entre 1 e 2)
nascer e produzir a indiferença
olha você aqui de novo
é inevitável
este esgoto de poema
transbordou pelo ralo
a superfície do fundo
caminha de um lado para outro
tentar entender fracasso
igual diferente
unica parte fragmento
nada tudo
coisa concreta
inversão correta
foda-se
deus odeia um covarde
a queda (bababadalgharaghtakamminarronnkonnbronntonnerronntuonnthunntrovarrhounawnskawntoohoohoordenenthurnuk!)
você já não me conhece

quinta-feira, 19 de junho de 2014

compositor mediocre

é muito amável
O MELHOR
sem dúvida!
agradável
É BOOM DEMAIS!!
Nunca o vi perder
vez outra empata
competindo com outro ele
So lovely
coração de muralha
vou obturar a tua cárie
retirando-lhe o dente e a raiz do escárnio
mas é muito difícil fazer quaisquer operações em si
disse consigo e finalmente desistiu

Fragmentos

dos poros
sutis gotas
balsamo volátil

descasque a persona pele máscara
prenda-se ao abismo do olhos
ergástulo no invólucro de outrém

RESGATE

terça-feira, 10 de junho de 2014

MERCADO D'ALMAS (ou onde nada se resolve)

Volto ao posto de gasolina. No estabelecimento, me desculpo pela vez anterior e peço a recarga mais barata. Digo que foi um daqueles dias prazerosos de existência. Nada com você com ninguém, ou impar especificamente. Cartão ou dinheiro? Qualquer coisa me irrite, talvez; lembra, como da ultima vez? A operadora e o número; tome aqui o troco teu, e não me encha, entre a tua ultima e minha primeira, VAI SABER LÁ QUANTAS FORAM; FILHO DE CRISTO! Justamente, se não tivesse sido como na ultima vez, afinal, como seria?

ANTERIOR PENALIDADE 

Não atendem as ligações, mesmo que insita com outro número hoje não atenderá. E NÃO ATENDERÁ E NÃO SE SABE DEUS PORQUE. Vontade de deprimir-se maior, maior E MAIOR.

ELOGIOS AO FUMO


Fumaça ansiosa 
vício do não aguentar-se aguardar
poder daqueles que desdenham tempo
diminuir - 2 minutos da espera
do Eterno Momento d'Agora 

O dinheiro como querer mostrar-se,
de encontro vai a quem mais o almeja

Dinheiro
tudo só depende pra quem, 
dinheiro
 nada relativamente
não se dá ao desdém.

CORTESÃ VIRGEM (santa louca)

Decidi sair no dia das bruxas em plena páscoa. Cansado de identificar-se em fracassos de heróis e encontrar um padrão pra rachaduras cravadas no pavimento tábula rasa democrática natureza instaurada ciência inútil Oposto inútil impensável redenção Idiotas procuram fugas fácies além três pontos sem saída breu aos modos da época como gosto diria aquele escritor maior preso num mosaico artificial construído à naturalidade indescritível da prosa NÃO EXISTE C O N D I Ç Ã O DE NATURALIDADE o artificial se instaura contamina
Ninguém entende porque. PARO.
Ergo a cabeça tenho olhos na nuca que nunca percebi não busco cegamente seguir adiante fato consumado amor fati tédio fontes exteriores reservam o segredo (oculto ao cubo) da perpetua forma vazia quimera indomita MERDA!
Observo o papel, sou eu ali. 
Descarto-o ou o empilho? 
Duvido de tudo. 
MERDA!



Entro no estabelecimento do posto pela primeira vez, com a ignição na guela:

Do início

Sem nome

pedaço sem forma de carne
 respire algo de vivo
cabeça engolida de alma sem corpo faminta daquilo que sobrou de ser
 palavras cravadas incendiando algo menor que o senso e distante do valor
            algo este que encerra o carcere de nunca ser inteiro