se tu retornar vivo
com a mão estendida
ainda poderei
esquecer de uma vez, apertar
irmão uma mão
mas disse disse não me cerque
qual sonho meia-noite
incêndio sem fogo do passado
a memória não volta ao imaginado
e a mim o mesmo o mesmo
eles já não estão mais
aniquilando qualquer coisa de pensamento
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
fumo - pizarnik
marcos rosados em calado osso
agitam o cocktail fumegante
mil calorias desaparecem
ante a repicante austeridade
dos fumos vistos por trás
duas mãos de trevos rotos
quase enredam os dentes separados
castigam as obscuras gengivas
os cabelos riem movendo
baixo ruídos recebidos ao segundo
as pegadas de vários marcianos
conhaque boudeax-amarelento
rasca latrinas sanguínea
três vozes foneiam meus beijos
para mim para ti para mim
pescar a calandra eufórica
em chapas latosas
ascende labuta
agitam o cocktail fumegante
mil calorias desaparecem
ante a repicante austeridade
dos fumos vistos por trás
duas mãos de trevos rotos
quase enredam os dentes separados
castigam as obscuras gengivas
os cabelos riem movendo
baixo ruídos recebidos ao segundo
as pegadas de vários marcianos
conhaque boudeax-amarelento
rasca latrinas sanguínea
três vozes foneiam meus beijos
para mim para ti para mim
pescar a calandra eufórica
em chapas latosas
ascende labuta
garota
o que ela faz no verão
o que ela faz no domingo
ela caminha na rua
arrastando seu sorriso melancólico
cheiro infernal de seu corpo
vai até o templo hare krishna
caminha pelo calçadão
como uma coquete
seu calçado é similar converse
não saberia reconhecer marcas
usa calça legging preta
o que ela tem nos olhos
está de óculos escuro ou
não se fixa distante
como se atravessasse algo
com alguma coisa em mente
ou somente nada
carrega uma epifania muda
sossego ou desassossego
o que se sabe é que os homens
viram pedra frente à ela
doiram os cabelos ao vento
os trejeitos das mãos
como moluscos tentáculos
deslizando lâminas no ar
desenhando ideogramas em naquim
mastiga como um ósculo
sereno e firme
desfazendo em pequenas frações
não há ficção
nem hipérbole
o que há no jeito dela
de que sobe no carro para nenhuma
ou qualquer direção
como roadmovie em alta velocidade
mas ainda nem entrou no carro
parece esperar
quem a persegue por todo o caminho?
a persegue o cão
o que ela faz no domingo
ela caminha na rua
arrastando seu sorriso melancólico
cheiro infernal de seu corpo
vai até o templo hare krishna
caminha pelo calçadão
como uma coquete
seu calçado é similar converse
não saberia reconhecer marcas
usa calça legging preta
o que ela tem nos olhos
está de óculos escuro ou
não se fixa distante
como se atravessasse algo
com alguma coisa em mente
ou somente nada
carrega uma epifania muda
sossego ou desassossego
o que se sabe é que os homens
viram pedra frente à ela
doiram os cabelos ao vento
os trejeitos das mãos
como moluscos tentáculos
deslizando lâminas no ar
desenhando ideogramas em naquim
mastiga como um ósculo
sereno e firme
desfazendo em pequenas frações
não há ficção
nem hipérbole
o que há no jeito dela
de que sobe no carro para nenhuma
ou qualquer direção
como roadmovie em alta velocidade
mas ainda nem entrou no carro
parece esperar
quem a persegue por todo o caminho?
a persegue o cão
modiglinani
esconda teus olhos em timidez
ovalados teu rosto teus lábios amorados
sutis como cor que o pincel fez
ovalados teu rosto teus lábios amorados
sutis como cor que o pincel fez
Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town - Pearl Jam
seu rosto está irreconhecível
persiste familiar seu lugar não sei a forma ovalada
nada ilumina meus pensamentos nem mesmo uma lamparina
tenho a minha vida me segurando e/ou pregando uma peça
todas as mudanças acontecem em seus lugares
e eu estou prestes a observar uma acontecer
nada me levou a lugar nenhum e nada me levou a lugar nenhum
corações e pensamentos sucumbem
corações e pensamentos sucumbem
reconheço teu fôlego esbanja eu prometo
memórias e digitais se enraízam devagar
você talvez não perceba, mas eu já perdi a minha forma
é difícil quando se está no balcão
eu mudei por ser a mesma
a cidade canta meu fado
seja o que ninguém quer ver
eu só quero a rouquidão de um olá
Deus tanto faz quanto tempo
eu nunca sonhei com seu retorno
mas agora estamos no mesmo ponto
nossos corações e pensamentos sucumbem
nossos corações e pensamentos sucumbem
nossos corações e pensamentos sucumbem
persiste familiar seu lugar não sei a forma ovalada
nada ilumina meus pensamentos nem mesmo uma lamparina
tenho a minha vida me segurando e/ou pregando uma peça
todas as mudanças acontecem em seus lugares
e eu estou prestes a observar uma acontecer
nada me levou a lugar nenhum e nada me levou a lugar nenhum
corações e pensamentos sucumbem
corações e pensamentos sucumbem
reconheço teu fôlego esbanja eu prometo
memórias e digitais se enraízam devagar
você talvez não perceba, mas eu já perdi a minha forma
é difícil quando se está no balcão
eu mudei por ser a mesma
a cidade canta meu fado
seja o que ninguém quer ver
eu só quero a rouquidão de um olá
Deus tanto faz quanto tempo
eu nunca sonhei com seu retorno
mas agora estamos no mesmo ponto
nossos corações e pensamentos sucumbem
nossos corações e pensamentos sucumbem
nossos corações e pensamentos sucumbem
domingo, 12 de fevereiro de 2017
o cachorro
vovó perguntô
viu o meu cachorro?
olhou para os dois lados
assim foi
meu olho seguiu
sua forma
seu pelo
seu cheiro
se foram
me pergunto se era velho
pelas ruas segui meus devaneios
surgem assim
*
não o vi
não perguntei nada
absurdo
*
pra que rua atravessou
ele ainda se encontra no bairro?
*
se foi rezar missa
está agora com fome
*
a sua carinha esperando
*
chove
um cachorro assim
perde o olfato
perde seu caminho
não encontra sua casa
embaixo da marquise
talvez
*
o cachorrinho apareceu
com outra dona
*
que bonitinho o seu cachorro
*
as ruas são paralelas
viu o meu cachorro?
olhou para os dois lados
assim foi
meu olho seguiu
sua forma
seu pelo
seu cheiro
se foram
me pergunto se era velho
pelas ruas segui meus devaneios
surgem assim
*
não o vi
não perguntei nada
absurdo
*
pra que rua atravessou
ele ainda se encontra no bairro?
*
se foi rezar missa
está agora com fome
*
a sua carinha esperando
*
chove
um cachorro assim
perde o olfato
perde seu caminho
não encontra sua casa
embaixo da marquise
talvez
*
o cachorrinho apareceu
com outra dona
*
que bonitinho o seu cachorro
*
as ruas são paralelas
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
soneto
tantas vezes queria falar
o que estou para perder
tantas vezes queria falar
mas eu não posso
a razão não me faz vencer
repetidamente ela cansa
a razão não me faz vencer
repetidamente ela cansa
quando cai enfiei a cara na merda
quando cai enfiei a cara na merda
quando cai enfiei a cara na merda
quando cai enfiei a cara na merda
pés que erguem sempre desabam
pés que erguem sempre desabam
pés que erguem sempre desabam
pés que erguem sempre desabam
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