sábado, 21 de junho de 2014

O Enforcado

dependurei me pelo pé à forca
além do tédio alimento frutífero e ferida desinteressante
espectador ambulante de glóbulos cego
muleta herança morta
nada
nem parede
nem planos dimensões
conformismo desesperado
afrente
pulsa-para
vermelho cor que odeio usar de novo
insensibilidade fúria cínica
agulha afiada irônia
novamente
inerte
leve esmagadora espera
1 momento
.................
,,,,,,,,,,,,,,,,,
era o carteiro
estava chateado
notei ele falava
está tudo aqui:
boca imunda beijos e adeus para sempre meu cartão sem fotos e novos recados na caixa postal
viu vai ser engraçado
entregar galinhas e esmagar ovos em tuas metafísicas
império de aniversário desatino de boas novas
(não nasci para o paraíso, o pecado original salvará)
solidão insaciável construída
destinada virgindade
vermifunga ideologia dourada
basta-me (muletas) para andar e rastejo tão bem até mesmo pendurado
a expressão afirma muito bem nada mudou (além da forma)
nasceu pra ser tudo o que mais odiou
fracasso de explicar o que
morder a própria língua nas grades do cárcere
estar nu transparente e querer torcer a ultima gota
inocência morta como plantas em quadros peixes e aquários com filtros
teu cachorro morre e tu não tem coragem nem de buscar-lhe os ossos
tuas sobras tu não tem a dignidade de pagar e nem ninguém de te forçar a isto
provocar provocar provocar provocar
esperar o resultado da pesquisa
pinceladas em pavio e pólvora
cores fogo fluído
é um erro (entre 1 e 2)
nascer e produzir a indiferença
olha você aqui de novo
é inevitável
este esgoto de poema
transbordou pelo ralo
a superfície do fundo
caminha de um lado para outro
tentar entender fracasso
igual diferente
unica parte fragmento
nada tudo
coisa concreta
inversão correta
foda-se
deus odeia um covarde
a queda (bababadalgharaghtakamminarronnkonnbronntonnerronntuonnthunntrovarrhounawnskawntoohoohoordenenthurnuk!)
você já não me conhece

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