terça-feira, 5 de junho de 2018

haicais

fio por fio o vento
alinha teus cabelos dedos
indomável labareda

beija então a garganta
da garrafa pop. breja
a hora em que mija

contrai as garras
e arranca meu peito
retirando a pele

queima meu papel
deixa inscrito na noite
cinza pássaro torto

o ácido dissolve
a língua justaposta
contorce virando
outro caleidoscópio

torneira aberta água
com a palma da mão divisa
lava da cútis mágoa

agora o espelho em que afundo
meditabundo me traz invertida imagem
massa sem forma selvagem


Nenhum comentário:

Postar um comentário