quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Ferido Tango

salte da janela
junte as notas
cacos desafinados
vidro epiderme
cortantes como vento
uivando uivantes gritos
pendure-se nos sonhos
com eles se desmancha
CORTEM-LHE O CORDÃO
tesoura cega sem ponta
a criança nasceu morta mas está saudável
explodem como balões
confetes e festas de aniversários
apreciam sua morte
aprecie também
ria com eles
brinde por sua manchete
funeral jazz
alguém está ouvindo
marcha confortável tristeza
ainda estais vivo
momento registrado
desenhado à luz num papel
bela impressão
anjo eternamente decaído
beija-me sutil asfalto
será então a ultima vez
sete palmos adentro
a mãe lhe da a ultima injeção

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