quarta-feira, 19 de novembro de 2014

aquele que salvará

quando ou onde
não lembram
encurralados presos
paredes cilíndricas
corredores circulares
espirais de guerra sem ódio
tubulações nos levam
                               sentidos
lugares quase idênticos
idílica prisão distópica
lamentável história
paraplégica
ponto de referencia
param
segu'em frente
transitação
sobem escadas
               e descem
(a ordem sempre em fila)
continua desiste
poderá continuar
se desistir primeiro
vai impedir quem
perdeu a entrada
mão de via dupla
não voltarão
empilham-se os ossos dos mais novos
projeções fossos grutas
nunca mais (voltarão)
esquecemos quem somos
nunca nada disso quisto
morrem esfomeados em alcateias
crianças brincam com moscas
doce carne humana
crescem larvas e esperança
histórias
esqueceu destes todos
correm pelos dentes o som
se espalha como peste
voltará

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