terça-feira, 24 de abril de 2018

caminho

hipnotiza oceano pés cercados de areia
o fogo alto da fogueira
enquanto trilhávamos com a boca seca
algo próximo à fronteira

encanto sussurado ao vento
as labaredas inflamavam e espocavam
nós tínhamos alvo aos olhos
e permanecíamos imóvel ao tempo

quando deitávamos a ampulheta
freiam e fremiam os corcéis de sonhos
de seus escarsos recursos imaginários
disso o maquinário nos permite

ter a ruiva certeza
dum pedaço que nos cobre o tornozelo
cinzas que revolvemos
até encontrar o precioso cerne

protegendo nos o couro
com escrições rúnicas e atávicas
que nossos ancestres esqueceram
a resposta ou mesmo a porta

que nos abre perante ao dúbio
para que teste o fragmento
que dos nossos olhos quebra
com o mais leve distúrbio

tormenta dos mares
igual para cada um que parte
sua língua logo arde
atravessa aos ecos de covarde

mas já é tarde
onde o arco íris rompe seu passo
traça com compasso
e dos teus lábios volta a palavra

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