segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Bar do Alencar

-Mais uma dose do mesmo!
Enquanto tocava um tango sobre corações partidos. Em minha mente, recluso fiquei à pensar: Hoje não quero inovar, não quero me surpreender, pois estou farto de surpresas. Desses malditos fatos que ocorrem sem controle. Ontem eu era apenas um homem, e hoje... sou apenas um pedaço do que era, como uma lagartixa sem seu rabo. Eu sabia que aquele pedaço de mim iria se "regenerar", e eu voltaria estar completo novamente, mesmo assim a dor era inevitável (pelo menos parecia ser).

-Alencar, mudei de idéia, não me traga nenhuma dose uísque nacional...
-Me traga um pouco daquele vinho! Apontei com o dedo indicador para a adega onde se encontrava os vinhos andinos.
-E me faça o favor de mudar a maldita estação!

A Estação foi rapidamente mudada, e começou a tocar um animado polca, a jarra de vinho com o copo foram postos sobre a mesa, e eu comecei a me deleitar com esta combinação de música e bebida.
Diante de tudo isso, eu ainda não havia percebido mas acabara de mudar de idéia, e de humor (afinal quem não ficaria feliz em ouvir um polca). Foi uma cousa que simplesmente não pude controlar, a minha vontade e a minha capacidade de perceber de que eu não era como uma lagartixa (E de que nenhum pedaço meu se foi, e de que a dor nunca existiu).


Nota: Alencar além de ser o dono do estabelecimento era um atendente muito educado, por mais rude que eu fosse nunca iria me responder algo que pudesse me ofender. Alencar era mudo.

2 comentários:

camila disse...

eu li sim seu ''tosco''

Sirius disse...

you are a shining golden god

Postar um comentário