sábado, 21 de setembro de 2013

Guilhotina

inflou-se a caixola
e a casca ressequida
deixou os miolos soltos

corpo diminuto mal se avistando
pernas tamanho de época
braços afunilados em história
são eles força de trabalho de quem?

exploração feliz
lucro faminto
muita teimosia
é escrever bobagens

bonito este poema
talvez nunca leiam

nada importa

só a influência das estações
que me trazem alergia
o inverno atual me lembra o verão

mas esqueci

foram extintas as estações

agora só existe tempo
mas não se sabe desde quando
sabe-se do resto
de uma possível esperança
de descanso em fuga

aproveito senhores (e senhoritas)
para anunciar que no oitavo dia
como protocolado ao título
desligadas serão as cabeças do corpo

esqueçam isso

avancemos com cavalinhos de pau
empunhando ferros
componham um hino
façam um quadro real
de todos os jegues em nós
as margens do rio tiête

se não tiver dentista até irei comparecer

não indo ao meu dever fui preso no quartel
entendia-se que marchava irregularmente
minha perna de pau é um alazão
(a outra segue religiosamente a época)

perdi

perdi
o direito à caneta e papel
mas continuava desenhando
nada em particular

somente cabeças tamanho GG

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