inflou-se a caixola
e a casca ressequida
deixou os miolos soltos
corpo diminuto mal se avistando
pernas tamanho de época
braços afunilados em história
são eles força de trabalho de quem?
exploração feliz
lucro faminto
muita teimosia
é escrever bobagens
bonito este poema
talvez nunca leiam
nada importa
só a influência das estações
que me trazem alergia
o inverno atual me lembra o verão
mas esqueci
foram extintas as estações
agora só existe tempo
mas não se sabe desde quando
sabe-se do resto
de uma possível esperança
de descanso em fuga
aproveito senhores (e senhoritas)
para anunciar que no oitavo dia
como protocolado ao título
desligadas serão as cabeças do corpo
esqueçam isso
avancemos com cavalinhos de pau
empunhando ferros
componham um hino
façam um quadro real
de todos os jegues em nós
as margens do rio tiête
se não tiver dentista até irei comparecer
não indo ao meu dever fui preso no quartel
entendia-se que marchava irregularmente
minha perna de pau é um alazão
(a outra segue religiosamente a época)
perdi
perdi
o direito à caneta e papel
mas continuava desenhando
nada em particular
somente cabeças tamanho GG
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