quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Ode a Autorreabilitação

vida vício
cigarro amassado
nicotina úmida
(fogo inspira respira)
leve cinza leve
possível
disposição ao azar
poucos trocados
moedas
moedas?
nenhuma dose
olhos sujos
abutres repousam na boca
insetos rastejam pelo corpo
o oceano sangra?
bom lamber as feridas
compaixão e piedade
é alimento dos vermes
nuvem negra sob o signo do caos
arrepios e raios
meu interior se projeta
uma poça fétida e espumosa
(chove ou não?)
não ligo
corpos e monumentos queimam
meu coração bomba
conta regressivamente
ruas casas
edifícios
praças
bosques
instituições
peste quarentena
paranoia coletiva
celebração mortal
dança macabra
dia após dia
paciente
com olhos dentro de frascos
me reabilitarei
serei um homem novo
velha sociedade
serei um homem novo

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