sexta-feira, 7 de março de 2014

PARALISIA DO SONO

tenho entrado em lutas diárias
com convicção de que não posso ganhar
da rachadura de meu crânio
sai as imundices que me amarram-se as palavras
nó cego deitado e despreparado
não definem mas chamam
sucessão de fatos desordenados
1 vida
não 20 ou 40
não dias
mas os milésimos sincopados
instáveis e voláteis
menos
NÃO
EU NÃO CONSIGO DESCANSAR
bem se diz é direito de todos
suicídio sem escolhas
solitária prisão perpétua
genocídio inominável
qual o teu nome?
tenho a covardia de me desnudar
de grudar a carne ao espírito livre
quero uma benção suja
o valor de minh'alma
verdades cientificas
progresso ansioso
reais alucinações
máquina delicada
hóstia
corpo do sacrifício
destilado venal
bebemos
bebemos
o tédio orgiástico
imortal opressor
de mil facas
em gargantas
medrosas
moribundas
apáticas
vermes
perde-se tudo ao despertar
digno de não-se-sabe-o-que

Nenhum comentário:

Postar um comentário