segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Motorhead

coma minha autoestima co'a boca outra
durma no rei-umbigo egocentrismo meu
oco eunuco da bifurcada  língua linha e agulha
rasteja racionalidade bípede animal
alívio de ser especialmente medíocre
raízes não não raízes o que tenho contamina as sopas
enche olfatos coisa engraçada de ser inútil
fadado a uma colonia de fungos
não basta estar inconsciente como um gato afogado
                                   FREAK!
                                                            WEIRDO!
nunca vai conhecer o velho nem curiosidade admite logo
carne mecânicamente recuperada de ave
na maior parte das vezes feliz (e você? diz: tudo bem)
palhaço chora de alegria em guerra morto de coragem
romero britto ainda não comprou a letra sem som COMPRE JÁ A SUA
não quer quando não quero
mais externo dentro de mim
não alcança o fundo do invisível
no vazio não da unidade mas da dimensão
entrespaço entre es.pa ço
não há o que ser dito
acendo câncer abajur a lua
esqueço sempre que respiro inconsciente
silenciosa serpente dança delicado único
frágil espanto quando engole avestruz
caga em mim safada irreversível tarado
there's no end, my only friend happy ending irônico
gritar gin-gin-gin! distribuir doses ao santo
morremos todas as noites e dias por vinte sete anos
até acordamos velhos livin' too fast

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