terça-feira, 15 de março de 2011

Ismália

Ela estava com o rosto pálido e sem animo, e dentro dos olhos castanhos escuros eu via sua alma torturada pela loucura que a fazia sofrer, que a prendia grilhões, apesar disso trouxe-lhe o meu cálice dourado que continha a mais pura e cristalina água para assim acalma-la da loucura que a atormentava, e com um rosto sem expressões ela recusou, não queria beber da água, na verdade não queria nada que eu pudesse dar, nada. Eu queria apenas ajuda-la, mas ela não compreendia, que eu não havia a chave prateada daqueles grilhões, isso tudo fazia-me sentir inútil. Ela saiu, sem falar nada, no silêncio, era notável ouvir seus passos ecoarem pelos corredores, ouviu-se também a porta de seu quarto fechar.
Na sua sacada ela observava a cândida lua cheia que contrastava com o céu azul-celeste da madrugada, a lua também refletia-se no mar. Ismália então pôs-se a sonhar, queria tanto a lua do céu, assim como também queria a lua do mar, e no sereno ficou a devanear, e sem perceber estava a cantarolar, ouvia-se de longe aquele lindo cantar, e como um anjo, ela pendeu e ruflou as suas pequeninas asas de par em par, Ismália havia encontrado a chave prateada no céu, e eu havia encontrado os meus grilhões ao mar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adaptação bacana do poema. Mas o original é melhor :/

Postar um comentário