quinta-feira, 28 de abril de 2011

Denise e O Problema

A empoeirada cidade se despertava em um dia cinzento, confesso que a vontade de voltar para minha cama não era das menores, mas por motivos comuns da vida cotidiana, eu me encontrava acordado. Ao fundo ouvi a buzina de um navio, ele estava partindo. Eu senti a inevitável vontade de partir também, mudar, pois as coisas não andavam muito bem, porém já haviam sido piores.
Fui até o portão da casa do vizinho, ainda por cima eu me encontrava de pantufas femininas que deixavam meus calcanhares de fora e espremiam meus dedos (panfutas que eram de Denise), e assim furtei o jornal desta manhã, voltei para casa normalmente e preparei o café.
Denise acordara a pouco, como de costume ela estava com o cabelo despenteado (que me cativara), sentou-se a mesa enquanto eu lia o jornal, a falta de assunto entre nós era grande esta manhã, o que era bem incomum afinal eu sou um geminiano e ela uma libriana, eu só observara ela a tomar café, com a mesma cara de "tenho-um-problema-que-eu-não-consigo-resolver-sozinha-e-não-vou-pedir-sua-ajuda" (acho que exagerei um pouco), aquilo era algo que me angustiava muito pois sentia que ela parecia aborrecida e que precisava de ajuda, a indaguei algumas vezes perguntando o que havia de errado, sem sucesso, ela nem ao menos abriu a boca para responder, sem opção tive que apelar para algum gesto idiota e tosco, que de fato é típico de minha pessoa, (sem dúvida alguma algo esquisito e cômico), ela pôs-se a rir. Uma risadinha e um suspiro, foi tudo que recebi, mas daquele breve suspiro, eu juro que ouvi bem baixinho o problema dela.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ouviu com o coração.

Anônimo disse...

já sei quem é a sua paixão, e olha que não te conheço pessoalmente, mas ela sim

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