quinta-feira, 9 de novembro de 2017

tentativa de busto que ficou as moscas

busto arregaçado pela linha mestra da geometria
o queixo qualificado como gaveta de pérolas
o esmaltado do cabelo agora indeciso alvo purpureo de um sol a destilar lentes
aquele trepidar sem tripudiar dos brilhos azeitados
a forma olheiras como dois olhos que batalham pelo devaneio deixa devir
note também a resistência do pescoço feito com tijoladas de tinta látex
em se libertar do axial desvio de circunferências
turbilhonando em mosca volantes e lampejos
junto o queixo dela antes que os olhos fixem minha mão enluvada
não de boxeador mais de doutor em procastinadas esporradas
por onde circunscreve o pincel agora nu em pelos com delicadeza katana
érro alvo
as flamulas e chagas do pintor
arrancando flancos da amada
como se fosse trono dos destroçados
gelatina sai pelos poros como troféu de uma bala que passa
ziumindo como um verdade enxame
mais uma operação bem sucedida
entre suturadas extraviadas ostras
amado por um objeto armado
voltando ao esquálido presente ruborizado

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