sábado, 28 de maio de 2011

Sábado de Manhã

O sol veio cedo está manhã, no céu tão límpido e azul. Não havia muito o que fazer, eu havia acordado cedo demais, olhei o relógio e eu estava atrasado-demais-para-qualquer-coisa como sempre marcava,  mas sinceramente estava cansado de ficar em casa, naquele Reino da Monotonia cinzenta e das tristezas da minha vida cotidiana.
Joguei uma água no rosto, me animei um pouco, procurei alguma coisa para fazer no café da manhã, mas não tinha comida. Desanimei. Um tempo depois eu me animei novamente, e fui dar uma volta pelo quarteirão, cheguei em uma praça perto de casa, sentei em um velho banco de madeira, que de certo modo parecia agradecido por alguém estar sentado ali, pois fazia tanto tempo que ninguém sentava lá, tanto tempo que ninguém parava naquela praça que um dia foi tão bela e alegre, onde eu havia passado um bom tempo lá, quando era uma criancinha. Queria poder entender o que se passava em minha cabeça naquela época, queria entender também porque só consigo lembrar das boas lembranças. Acendi o cigarro, e fiquei a me amorenar no sol.
A praça estava deserta, descuidada, a grama estava alta demais, havia muita erva daninha, até parecia uma savana, se duvidar devia ter algum-bicho-da-mata-mal-cuidada no meio daquilo. Olhei meu relógio de pulso e vi que novamente eu estava atrasado-demais-para-qualquer-coisa, eu ainda tinha que pensar como ia almoçar. Me levantei com uma sensação saudosista, aquele local trouxe por breves momentos as minhas antigas felicidades e incertezas da infância, porem eu já estava enjoado de ficar ali sentado, sem fazer nada, eu ainda tinha que tomar um banho para ir ao trabalho. No caminho de volta pra casa, entendi a razão de todas as lembranças da minha infância serem tão felizes, era tudo culpa da minha má memória, com certeza é culpa dela...

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