segunda-feira, 19 de setembro de 2016

An Endless Dream

na camiseta do doutor era o aviso
estava escrito ao destino no consultório
tirei o sorriso da cara minha constante
intimidação não casual sei que sairei dali
com mais remédios mas ficará aquela
sala em mim como algo que não posso vestir
estaria preso perpetuamente a carne de meus fardos
sorte nenhuma não mudaria o acaso
eu não poderia nascer com outro corpo
mil que pudesse imaginar este que faz
parte do poema jaz deveria levar a vida
para consertar o zodíaco mil efeitos
de se viver imaginar outros mil sonhos
para se viver acreditar que este
já está sendo bom acordar com isso na cabeça
de que não pode estar errado ter plena convicção
de que nascera desta forma no meio disso tudo
para dizer uma palavra tolo quando vais despertar
desse apático sonho entorpecido dopado
em oceanos de pilulas e mais remédios
vamos levante a mão pedindo permissão
no meio da sala convoluta de transeuntes
e grite em plenos pulmões estes que lhe doam
a dor que não sentes pela necessidade destrutiva
finge que não foi nada puro desvario está só
em resumo não faz nada mais que soterrar em si
é isso que eu chamo de tolo an endless dream
na camisa do doutor acha que é um sinal
a felicidade jorra intravenosa por um sonho mediocre
meu figado aberto como repolho cozido aos urubus
me curvo perante a sarna primaveril
afundo na cama ruína e nada pensando eu não ligo
com o monocórdio da frase num inglês enrolado
a irritação de correr com olhos fechados
está tudo nos ossos do garoto num dia ensolarado

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