quinta-feira, 29 de setembro de 2016

o delírio de uma garrafa liberando o demônio amarelo melancólico numa segunda-feira gorda

patifes mornos de retalhos não aguardam pelo momento de se despirem da consciência
olhar vidrado explorando vosso mundo em cores de aço azul safira e branco-nada
 misturados como massa de óleos
brasa rouquidão burlesca e um microfone desligado em todos os vapores fazendo feedback
luz extraída de celofane amarelo esquerda para direita irradiado por
 neon verde as caretas no espelho de horrores deformidades
máscaras orientais rostos bestiais com dentes ascendentes chifres de marfim espiralados manchados
jovens taças ruborizadas pela cor rubro-vinho com dedos em anéis de esmeralda gemidos de será-o-fim?
velhos enrugados como maracujá balas azedinhas desenrugando a pele flácida com grampos de cabelo piranhas
o branco-gris da lava-escuma tsunami de insanidade estupor bêbado pra caralho ao marinheiro setes marolas de vodka
glup glup glup a garganta gargalo a gárgula hialinas em moto perpétuo num never ending again recomeço de necas
o cabaré imperativo finalmente chegou a cidade numa roda gigante de ofertas imperdíveis a preço de banana 
o desfile de zangões rainhas amarelo manguaça trevas breu noctambulo pela noite-sem-fim 
doce deleite batida de coco ao luar numa segunda-feira onde fantasias gritam pelas três cores da frança 
os ternos batizados se desmancham em areia que preenchem uma sala onde a porta se torna um pontinho no horizonte pupilas desAPARECENDO
caras pálidas plúmbeas rosadas em nupcias de olhares genderfluir plumas de pavão verde olhos de lince amarelo gema e azul plúmeo  
male-male as ondas plácida de nossas crianças em pragas aos passos cruéis dos ouropéis luxo nojento de misturado aos autógrafos anônimos de hieroglifos de aerosol
a onda sai pelo sulco da praia a onda entra pela greta na areia balançando a procissão de naus absortas no carpe de piche rochoso
rufiões ziguezagueando apitos caboclos de lança malabaristas de orgias em pólvora oxigênio explosão salpicando de tranças e fitas vermelhas sangue trovoa em olhos 
o sal a lua de três milhões de holofotes sonhos de luzes fluorescentes atraindo olhares de moscas pesadelo RGB tecnicolor 
sorteio de tragédias improvisadas pelo linhagem real de bastardos mães jovens e tias já adultas gosto sinistro cromo ar vazio ganhando pele
apelo monstruosidade em carniça de otários moleques cabelo cor de fogo malencarados saídos de spaghetti
malandros semideuses desgarrados num ultimo pito enquanto levantam os destroços da trupe mambembe 
metade marujo metade carranca em graça divina pose de ternura maternal com suas canções e desculpas cavernosas 
o mais violento dos paraíso num triangulo pubiano extração licoroso multinacional sem valor real o sangue canta olhos ardem
finalmente folia e terror de sair da casinha dura minutos ou meses acre odor de feras redemoinhos de ladainhas hálito quente em meu tornozelo permanece: 
permito a chave deste selvático desfile

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