domingo, 13 de novembro de 2016

Delirium... e agora é contigo.

Estava na aula de psicologia, ao que foi explicado o que é um delírio. Conceituo: "crença irreal mantida com grande convicção." Que dizer da religião, então? De que existe uma ordem invariável nas coisas, um grande Criador, em meio ao caos e desordem, sentido? Acredito afetar similarmente áreas correlatas do cérebro, pois que somos desenhados, alinhados, coordenados neurologicamente para reconhecer padrões. Padrões são o que distinguem uma onça da folhagem em que está imersa, salvando assim a vida para que possamos nos reproduzir e garantir a sobrevivência da espécie. Mas isto também não seria uma crença? A crença em alguma forma de "survivalism", ou sobrevivencialismo? De que tudo gira em torno da sobrevivência... Pois bem, dizem os místicos que tudo gira em torno da vivência! Celebrar o que é estar vivo, independente de perpetuar a espécie, ou não. Viver em torno de alegria, prazer, opiáceos... Me parece mais agradável, e mais simples, bem como mais natural. Mas porque há de se ter uma ordem natural? Que é ser natural, afinal? Existe uma ordem? Isto é delirio. E viver não é uma febre, um delírio? Somos todos delirantes, não, afinal? Conheço as diversas paixões, compreendo o que sentem os outros quando não estão em si, sóbrios, MORTOS, e isto, diria, é delirar. Delirar da normalidade, sair do real, esquivar-se de sentir a dor que é EXISTIR, para poder, sentindo alguma vontade, transferindo um pouco de Vontade às coisas, SER.

"Let me be here, with you, tonight...", suspirou a moça, ao que abraçava, timidamente, seu querido, e era surpreendida com o abraço mais quente que já havia conhecido, nesta vida...

...e assim, meu querido, você que lê, seguimos vivendo, felizes, ora tristes, mas sempre, sempre, sempre!, tentando... E eu diria, que é isto que importa, realmente.

"What if I can't? ...what if I can? And what if I'm just an ordinary man..." -- a angústia, que nos aplaca, requer que sejamos abraçados, meus caros.
Não consigo viver sem ter você, meu amor. É o que eu te diria, olhando-te nos olhos, neste dia de hoje, enquanto lágrimas se acumulam por meus olhos, e escuto esta música que me recorda momentos que nunca tivemos... Eu estive tanto errado, ao que estivemos tão corretos, e por isso clamo, peço teu perdão, mas que aplaque meu coração. Pois se eu estiver errado, esta noite, me corrija... Não deixe este momento passar.

Uma ligação... Da memória, um lapso. Uma conexão, livre-associação, e daí seguimos em frente.

Aoooo! Uivou o lobo da estepe, enquanto corria livremente por entre planícies nevadas, e se despedia do que lhe corria pela pele, através do vento; o passado, corria do passado, rumo a um local onde pudesse experimentar o presente. Da planície, as neves, os pinheiros, enquanto corre, todas ofereciam uma vista a ser explorada, mas ele não ligava, seguia, como se o secundário a seu objetivo não tivesse poder de lhe atrasar. Seguia, como quem corre atrasado, para acompanhar o fluxo do tempo. Delirava de febre, mas não uma febre doentia, e sim algo que não podia ser explicado: fervia nele o ardor, uma espécie de "longing", um desejar profundo e saudoso.

Corre!

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