domingo, 13 de novembro de 2016

fabula sem uma moral

Bukowski não passava de um punheteiro
mas um aperfeiçoador da arte digno de maestro
verossímil como dizem as línguas com mel
fosse o que fosse ou por ai até o que fingia ser
devia ao menos uma nesga aos cotidianos brochas
que se entopem do erudito diga panaceia
ou mesmo da falácia não há fogo
há uma mata num incêndio um prédio inteiro ardendo
tentando alcançar o céu e todos os bombeiros do mundo
com seus baldinhos até o topo de água não sabem o que é sede
os helicópteros cercam e delimitam a área mas nada ocorre
mora ainda num lugar muito estranho
aquela segunda personalidade que almejava a perfeição onanista
não consta em nenhuma enciclopédia
na ponta do iceberg vai ouvir a extinta consciência
deslize vai coisa que não seja o picolé
infame bracelete que impeça as peripécias
dos coelhos sortudos sem patas ou de suas orelhas em cartolas
exclamam onde está sua sorte agora
então você cai os olhos sobre um verso do velho
para voltar a se sentir como a raposa atrás da uvas

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