caminho por entre larvas
elas brotam na colmeia que fiz
no carpe úmido da minha boca
*
precisava
era o ritual reproduzir
as coisas pequenas
as larvas
*
tinha cuidado
era uma oligarquia
deixava a boca bem aberta
para que pudessem copular
*
a terra não é diferente de um crânio
ou mesmo de um tomate podre
manchado de bolor com sua lanugem
fedorenta mas saborosa
*
as moscas cuidavam do garoto
asas de glicose
hialinas contra luz
*
a mais forte viveu 1 dia como adulta
outras duram a semana
*
elas esfregam
as patinhas rezam
antes de sugarem
o mofo da minha cabeça
*
o culto só começa
com as cortinas cerradas
o altar está pronto
de natureza morta
*
viver é se decompor
não faço mais que o natural
prolifera na fruta
multiplica como pão
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