terça-feira, 18 de outubro de 2016

Comunhão

foge mecânico cavalo louco
esta não é tua morada
neste corpo engendra algebra motor
pistões glândulas relâmpagos
palpitar desenfreado de tambores ritualísticos
pelo couro afinado pulsa elétrico
tal o maxilar caído à nuca
passaram sete luas desda queda
resquício de relíquia etérea ao vítreo
essência sublime da voracidade
esfarelando guepardos
na velocidade de moléculas em choque
expandido o limite entre carne e horizonte
desloca-se pela cidade a inocência do louva-deus
deixamos de ser crianças em erupções
para revisitar as fontes esquecidas nos dias quentes
nós somos aquilo que desejamos tanto ter adiante
enquanto a vegetação fermenta nossas bocas
lava fertiliza nosso corpo transfigurados em estátuas movediças
nossas esquinas se interseccionam ligadas pelas veias
de um pulsar à combustão cardíaca pela força de cavalos
ao olho do homem com câmera na mão a cauda do escorpião
será preciso renomear as ruas criar novos mapas abandonar toda rota
deixa a chuva sagrada dança realidade nos braços de Shiva
alucinada pela vossa santidade elétrica pela comunhão das válvulas
no caminhar do equinócio para os dias de cães famélicos perdidos
enquanto alma sublima vertigem do zero infinito

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